Problemas Estruturais nos Prédios de Santos: O que realmente aconteceu?

Problemas Estruturais nos Prédios de Santos: O que realmente aconteceu?

Problemas Estruturais nos Prédios de Santos: O que realmente aconteceu?

Problemas Estruturais nos Prédios de Santos: O que realmente aconteceu?

Santos, a cidade com praias lindas e também conhecida por ser a terra onde Pelé nasceu, ganhou destaque por um fato um tanto curioso – e de certa forma incomum:  fotos recentes dos prédios, que compõem a sua orla, mostravam-se tortos.

Esta situação foi ocasionada devido a erros conceituais na fundação dos edifícios, construídos sobre um tipo de terreno “mole”. Isso quer dizer que este não estava preparado para suportar as cargas dos empreendimentos. Dessa forma, 65 prédios foram afetados com o deslocamento de solo em sua fundação, causando inclinações de 50 cm a 2 metros entre a base e o topo do prédio.

Vale ressaltar que, apesar desses prédios estarem fora de prumo, ainda continuam seguros para serem habitados. Por mais que parecesse ao contrário, visualmente falando, eles não desabarão de uma hora para outra..

Prédios tortos em Santos
Prédios tortos em Santos. Reprodução: Cimentoitambe.

Entenda melhor a história

Boa parte dos 65 edifícios em questão foram construídos nas décadas de 1950 a 1960. Já por volta de 1970, começaram a apresentar problemas estruturais. Este fato está relacionado com a fundação demasiadamente rasa realizada na época pelas empresas contratadas, as quais visavam apenas economia com suas construções baratas.

Então, aquele ditado que diz que o barato sai caro aconteceu. Isso porque a solução econômica encontrada na época foi cortar os 15% a 20% com fundações mais profundas, as quais eram justamente responsáveis por oferecer maior estabilidade na estrutura. As construtoras, então, optaram por fazer blocos de concreto mais rasos, com apenas 10 metros de profundidade.

O resultado foi que, com o passar do tempo, esses solos instáveis, que possuíam grande quantidade de água, começaram a ceder, ocasionando inclinações nos empreendimentos. Inclusive, nesses locais, para que uma construção seja considerada segura, ela precisa ter fundação em rochas sólidas, as quais normalmente estão abaixo de 50 metros de profundidade.

Buscando a solução

Após 8 anos de estudos técnicos, elaborados pelas universidades USP e Unisanta com colaboração do poder público, encontrou-se a solução. Foi dado início ao que seria chamado “salvamento” dos prédios de Santos, já que, além dos problemas estruturais, os moradores ainda habitavam os empreendimentos.

Recuperando os prédios

Em 2012 começou de fato o trabalho para restabelecer cada edifício ao seu prumo original e seguro. Como solução, optou-se pelo uso de macacos hidráulicos superpotentes. Cada prédio pesava cerca de 6.500 toneladas, sendo necessário utilizar quatorze equipamentos para levantar a estrutura.

A cada dia a estrutura subia cerca de cinco milímetros, e chapas de aço preenchiam os vãos. Elas serviriam, então, como uma espécie de suporte quando o prumo fosse alcançado e os macacos retirados.

Em seguida, o plano foi construir novas sapatas de concreto, ligando as estruturas antigas às novas estacas. Essas foram devidamente escavadas sobre solo rochoso e estável a 55 metros de profundidade.

A recuperação de cada prédio em Santos durou cerca de 2 anos e custou 1,5 milhões de reais. Ainda que o cenário não fosse dos melhores, demonstrando desafios, a operação em si foi relativamente simples.

Enfim, todo o processo foi realizado com um time de pessoas altamente capacitadas que abraçaram o projeto de corpo e alma. Contou-se, também, com a parceria das universidades que analisaram o caso e encontraram a melhor solução que poderia existir.

Problemas Estruturais Santos. Arquivo Pessoal.

Precisa orçar um projeto estrutural, projeto de fundações ou qualquer projeto complementar? Clique aqui.

Quer entender melhor o que é um Projeto Estrutural? Clique aqui.

Acesse nosso blog para conhecer mais sobre construção.

Já conhece nosso perfil nas redes socias? Estamos no Instagram, Facebook e Linkedin.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tags